Por que a Terra Está Girando Cada Vez Mais Rápido? Entenda o Que Está Acontecendo

CURIOSIDADES

Você já parou para pensar que o planeta Terra não gira sempre na mesma velocidade? Pois é, cientistas ao redor do mundo estão intrigados com um fenômeno curioso e inesperado: a Terra está girando mais rápido do que costumava.

Em 2020, 2021 e agora novamente em 2024, os relógios atômicos registraram dias ligeiramente mais curtos que o normal. Parece pouco? Estamos falando de milissegundos a menos, mas, para a ciência e a tecnologia, essa diferença pode ser significativa.

Neste artigo, você vai entender:

  • O que significa a Terra girar mais rápido;

  • Quais são as causas possíveis desse fenômeno;

  • Por que isso preocupa cientistas e engenheiros;

  • E como isso pode afetar o seu cotidiano (mesmo sem você perceber).

Prepare-se para girar com a ciência.

Como funciona a rotação da Terra?

Antes de tudo, vamos ao básico: a rotação da Terra é o movimento que ela faz ao girar em torno do próprio eixo. Esse giro completo leva, em média, 24 horas, e é responsável pela sucessão de dia e noite.

Mas atenção: essa média é aproximada. Na prática, a duração de um dia varia ligeiramente de tempos em tempos, devido a diversos fatores, como:

  • Atividade sísmica;

  • Variações no clima;

  • Interações entre o núcleo, o manto e a crosta;

  • E até o degelo das calotas polares.

Normalmente, essas variações são pequenas e lentas. Só que, de uns anos pra cá, algo estranho começou a acontecer.

A Terra está realmente girando mais rápido?

Sim, e temos dados para provar. Em 29 de junho de 2022, a Terra completou uma rotação em 1,59 milissegundos a menos que as tradicionais 24 horas. Isso foi o dia mais curto já registrado desde o início das medições precisas.

Esse fenômeno não é isolado. Desde 2020, os cientistas já observaram vários dias com duração ligeiramente abaixo do normal, um padrão que vai contra as expectativas anteriores, já que, historicamente, a tendência era de desaceleração da rotação.

Mas por que isso está acontecendo?

Ainda não há uma única explicação definitiva, mas os especialistas apontam várias hipóteses interligadas. Veja as principais:

1. Redistribuição de massa no planeta

O derretimento acelerado das geleiras, principalmente na Groenlândia e na Antártida, tem redistribuído a massa da Terra. Quando grandes massas de gelo derretem e vão para os oceanos, o equilíbrio de massa do planeta muda, o que pode influenciar a rotação — como um patinador que gira mais rápido ao fechar os braços.

2. Atividade sísmica e deslocamentos no núcleo

Terremotos e movimentos do núcleo da Terra também podem impactar o momento angular do planeta. O núcleo interno pode girar em um ritmo diferente da crosta, e alterações nessa dinâmica afetam o giro da Terra como um todo.

3. Efeito de “oscilação de Chandler”

Esse fenômeno natural provoca pequenas variações na inclinação do eixo da Terra. Ele já é conhecido desde o século XIX e pode alterar levemente a rotação, contribuindo para os dias mais curtos.

4. Mudanças climáticas globais

Eventos extremos, como grandes furacões, secas ou chuvas intensas, podem deslocar massas atmosféricas e afetar a velocidade de rotação. São efeitos sutis, mas cumulativos.

O que acontece se a Terra continuar acelerando?

Apesar de a diferença ser mínima (milissegundos), o impacto pode ser relevante para tecnologias que dependem de tempo extremamente preciso, como:

  • Satélites de geolocalização (GPS);

  • Transações financeiras automatizadas;

  • Comunicações globais por fibra óptica;

  • Controle de redes elétricas inteligentes.

Esses sistemas utilizam relógios atômicos, que operam com precisão altíssima. Se o planeta “foge do ritmo” por milésimos de segundo, pode ser necessário ajustar esses sistemas para manter tudo funcionando corretamente.

E o tal “segundo bissexto negativo”?

Você já ouviu falar de “segundo bissexto”? É um segundo extra que às vezes é adicionado ao relógio para alinhar o tempo civil ao tempo astronômico. Isso já foi feito 27 vezes desde 1972.

Mas com a Terra girando mais rápido, cientistas cogitam o oposto: um segundo a menos. Ou seja, o primeiro “segundo bissexto negativo” da história.

Isso nunca foi feito antes e traria sérios desafios para os sistemas digitais, que não estão preparados para um “pulo para trás” no tempo. Grandes empresas de tecnologia, como Google e Meta, já expressaram preocupação com o impacto desse ajuste.

Isso afeta a nossa vida cotidiana?

No curto prazo, não. O seu relógio de pulso, celular ou rotina não vai sentir os efeitos dessa aceleração.

Mas para a ciência e a tecnologia, essa mudança exige monitoramento constante. Além disso, ela nos lembra de que a Terra é um sistema dinâmico, em constante transformação.

Essa aceleração também se soma aos debates sobre o impacto humano no planeta — das mudanças climáticas ao derretimento das calotas polares.

O que dizem os cientistas?

Pesquisadores do Observatório de Paris, do National Physical Laboratory (Reino Unido) e do US Naval Observatory estão monitorando atentamente o fenômeno. Embora não haja consenso total, todos concordam que algo está mudando — e que devemos ficar atentos.

o tempo está passando mais rápido?

Não, o tempo não está acelerando, mas a Terra está girando ligeiramente mais rápido. O efeito é pequeno demais para você perceber no dia a dia, mas grande o suficiente para acionar alertas científicos.

Estamos vendo, ao vivo, uma mudança no ritmo natural do planeta, e ainda estamos tentando entender suas causas e consequências.

No fim das contas, essa é mais uma lembrança poderosa de que a Terra está viva — e que ainda temos muito a aprender sobre o mundo onde vivemos.

A Terra está girando cada vez mais rápido — e isso pode afetar desde o tempo até sistemas globais como o GPS. Entenda o que está por trás desse fenômeno intrigante.

  • Terra girando mais rápido

  • Por que os dias estão ficando mais curtos

  • Segundo bissexto negativo

  • Rotação da Terra acelerada

  • Impacto da rotação na tecnologia